É de conhecimentos de todos que as condições das estradas brasileiras não são boas, bem pelo contrário. A 20ª edição da Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) constata deterioração das condições das rodovias no ano passado e atribui o resultado a um histórico de baixos investimentos do Governo Federal. No ano de 2015, foram investidos na infraestrutura de transporte em todos os modais, apenas 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto). Dos 103.259 mil quilômetros de estradas avaliados em todo o País, 58% apresentam algum tipo de problema, nas condições de pavimento, sinalização e geometria das vias.
Ainda de acordo com a pesquisa, das 20 melhores estradas do país, 19 são rodovias privatizadas e todas estão no Estado de São Paulo. O resultado faz parte da avaliação técnica que considera aspectos como pavimentação, sinalização, segurança e traçado das pistas.
Foram avaliadas 20 rodovias. As 19 primeiras do ranking estão em solo paulista e fazem parte do Programa de Concessões Rodoviárias, fiscalizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Todas receberam critério “ótimo”, enquanto a 20ª colocada, a única fora do Estado de São Paulo, foi avaliada pelo critério “bom”.
As vantagens das rodovias privatizadas
A pesquisa da CNT mostrou um fato que não é segredo pra ninguém: as rodovias privatizadas são infinitamente melhores, em todos os aspectos, do que as estradas controladas pelos governos federal e estadual. Mas por qual razão? No contrato de concessão, a empresa privada se responsabiliza por um trecho de rodovia, por tempo específico que pode chegar até 25 anos. Promove melhorias e faz a manutenção das pistas. Na maioria das vezes, o reflexo desse serviço de melhorias é visto na cobrança do pedágio. Em São Paulo, por exemplo, a tarifa chega a R$ 14,80 para um automóvel particular. Nesse mesmo trecho, um caminhão com 3 eixos paga mais de R$ 40,00. Os caminhoneiros, os que mais saem em desvantagem, ainda assim acham que vale mais pagar pedágio a se aventurar pelas rodovias esburacadas. As vantagens das rodovias privatizadas se baseiam em dois pilares: o primeiro é que o governo pode transferir verbas para outras atividades e o segundo é que as rodovias melhoraram porque a iniciativa privada, para justificar os lucros que tem no negócio, precisa conservar as pistas em um padrão mais elevado do que o seguido anteriormente. Acaba custando mais caro para os motoristas porque há mais postos de pedágio espalhados pelas rodovias, mas segundo os estudiosos do assunto esse sistema é mais justo. Quem usa as estradas paga por sua conservação. Vendo tudo isso, podemos afirmar de olhos fechados que as rodovias privatizadas melhoram, e muito, o transporte rodoviário do país. É só perguntar para quem anda nas pistas administradas pelo governo e nas controladas pelas concessionárias. Leia também:Um panorama das rodovias brasileiras