A tabela diminui, o Diesel aumenta e a paciência acaba, mas após negociação a possibilidade de nova greve é descartada.
Os caminhoneiros decidiram antecipar a paralisação, anteriormente prevista para 21 de maio, em virtude do novo aumento do diesel, adiantando a paralisação para o próximo dia 29/04.
A Petrobras informou na última quarta que decidiu aumentar o preço do diesel em R$ 0,10/litro, o que implica uma variação mínima de 4,518% e máxima de 5,147%, nos seus 35 pontos de venda no Brasil. O aumento começou a vigorar na quinta, junto a isso, a insatisfação com o descumprimento da Tabela de Fretes, a falta de fiscalização por parte da Agência Nacional dos Transportes Terrestres - ANTT, e o estrago no PIB que afeta a economia em recessão, fizeram os caminhoneiros perderem a paciência.
Até hoje continua havendo muitas queixas sobre a falta de fiscalização na execução da Tabela de Fretes por parte dos embarcadores. Segundo os caminhoneiros muitas empresas não estão pagando o “piso mínimo” do frete, tabelado pelo governo e não estão sendo punidas.
O dispositivo da lei do piso mínimo de transporte rodoviário de carga que associa o incremento do frete ao aumento do diesel não está adiantando porque a tabela de frete não está sendo cumprida. Se estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria afetar os caminhoneiros. A lei indica que, sempre que ocorrer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 10%, para mais ou para menos, nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela ANTT, considerando a variação no preço do combustível, mas não é o que acontece.
Para os caminhoneiros com esse aumento do óleo diesel, eles não tem mais condições de trabalhar, cientes de que, dentro de 14, 15 ou 16 dias vai ter outro aumento do diesel, e esse aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1 mil o lucro mensal, e o frete continua o mesmo.
A paralisação foi decidida em grupo por várias lideranças de caminhoneiros e eles acreditam que, a exemplo da que ocorreu no ano passado, o movimento deverá atingir o Brasil inteiro, crescendo à medida que os dias passarem.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governo está trabalhando e o presidente está focado em oferecer várias coisas bacanas para a categoria, para que o caminhoneiro autônomo tenha o seu direito respeitado e seja valorizado: “Estamos trabalhando muito. Já demos uma trava na Petrobras. Qualquer modificação de preço, no mínimo entre 15 e 30 dias de variação, não pode ter menos que isso. Por outro lado, nós estamos também resolvendo a questão dos postos e vamos para cima na fiscalização.”
Já os caminhoneiros estão abertos ao diálogo e, se o governo atender à expectativa deles, cancelam a paralisação. A categoria afirma que está na mão deles. Por isso o nome da paralisação é chamada de Onyx Lorenzoni.
A paralisação Onyx Lorenzoni, assim como a greve de 2018, está sendo mobilizada por grupos de WhatsApp fechados apenas para caminhoneiros.
Segundo o motorista Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, de Curitiba, um dos articuladores em grupos de WhatsApp, o prejuízo da paralisação da economia pode ser evitado, pois, é o valor que o governo poderia desembolsar para oferecer subsídio no diesel até que o piso mínimo do frete funcionasse para valer. Alves reforçou ainda que a categoria espera uma resposta do governo Bolsonaro.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e líderes de caminhoneiros se reuniram essa semana para dar encaminhamento às medidas apresentadas pelo governo e debelar a possível paralisação prevista para 29 de abril.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), após pressão dos caminhoneiros o governo atualizou a tabela do frete em 4,13%.
Os novos valores da tabela do frete foram publicados depois de uma reunião entre o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina e representantes dos caminhoneiros.
A medida já havia sido prometida à categoria pelo governo quando foi anunciado o aumento de R$ 0,10 no diesel. A fiscalização do cumprimento dos valores da tabela do frete também foi prometida aos caminhoneiros, que descartaram a possibilidade da nova greve.
A alteração da tabela do frete ocorreu depois que o diesel teve uma alta de 10,69% em comparação a janeiro. Pela lei, o reajuste deve acontecer sempre que o combustível acumular uma alta de mais 10%.
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